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Bruxas, neto e finados.

Meu neto veio passar o feriadão aqui em casa. Uma mera troca de prisão domiciliar. Nós, os avós, estamos num presídio de segurança máxima ( não entra nem sai ninguém, por ordem do vírus). Ele e os pais, estão num para presos políticos. Quase igual ao nosso só com direito a meia hora de sol enquanto a mãe faz home-office, em regime 24×7. Vieram pedir asilo aqui enquanto sonham com a liberdade.

Nós 5 já apresentamos os sintomas dos isolados. Rejeição a papo com gente do mundo real, horários irregulares para refeições e sono, ojeriza a sapatos. Temo que se estenda a roupas e talheres.

Depois que contraímos a Síndrome da Cabana desistimos de casa arrumadinha.
Mas meu neto, com a criatividade e vigor dos com 2.5 anos, barbarizou; subiu a régua. Seu lema é: tudo que está parado precisa ser desarrumado.

No feriado das bruxas desejei que o espírito da Feiticeira encarnasse em mim. Ia usar tanto o truque do nariz que ela ia ficar sem poder fazer uso dele nas próximas dez encarnações.


Hoje, o cansaço me lembrou que o dia de hoje pode ser inspirador. Acho que vou me fingir de morta. Vamos ver se o neto vai conseguir me ressuscitar. Mas tomara que só daqui a 12 dias, quando ele volta pra prisão paulista.
Pelo menos, o caos é democrático: panelas, fraldas usadas, bolas, desenhos convivem “harmoniosamente”.

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